Nada melhor do que ter um chuveiro e pontos de torneira com água bem quente em casa, não é mesmo?
Por isso, a escolha do aquecedor de água a gás é decisiva para garantir esse conforto e a eficiência desejada.
Confira as dicas!
- Tipos de gás
Segundo Alexandre Nunes, professor de Engenharia Elétrica da Universidade Cruzeiro do Sul, a escolha entre gás liquefeito de petróleo (GLP) e natural (GN) é um dos primeiros passos importantes.
“O GLP é armazenado em botijões e pode ser mais prático em áreas onde o GN não está disponível. Por outro lado, o GN é fornecido por uma rede de distribuição, o que elimina a necessidade de recarga,” explica.
- Tipos de aquecedor
A diferença entre os aquecedores a gás de passagem e por acumulação é como a água é aquecida.
- Aquecedores de passagem
“Este tipo aquece a água instantaneamente conforme ela passa pelo equipamento, sem a necessidade de reservatório. São compactos e adequados para uso contínuo,” descreve Alexandre.
Segundo a arquiteta Sabrina Salles, esse processo acontece à medida que a água por uma serpentina que fica à volta de uma câmara de combustão, onde a chama fica acessa.
“Quando se abre a torneira ou o chuveiro, a água sai do aquecedor e a chama é acionada. O tempo de espera para a água quente chegar depende da distância que o aquecedor fica do local de uso, mas não é longo”, explica a arquiteta.
- Aquecedores por acumulação
Em contraste, os aquecedores por acumulação mantêm a água aquecida em um reservatório, que, segundo Alexandre, são ideais para locais com alta demanda simultânea, mas ocupam mais espaço e podem resultar em custos energéticos mais elevados.
Isso porque, conforme descreve Sabrina, é preciso manter a água aquecida, mesmo quando a ducha ou a torneira não estiverem sendo utilizadas.
“A temperatura da água reservada é controlada através de um termostato, mantendo-a previamente estabelecida. Este tipo de aquecedor é uma boa opção também para quem deseja um banho com mais conforto”, observa.
- Sistema mecânico ou digital
A escolha entre sistemas mecânicos e digitais também influencia o desempenho do aquecedor.
Conforme Paulo Rui de Oliveira, coordenador do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Cidade de S. Paulo (UNICID), o sistema digital é mais eficiente para manter a temperatura da água em torno da programada e tem um tempo de resposta mais rápido.
“Apesar de mais caros e complexos, garantem maior conforto”, diz Sabrina.
Enquanto isso, sistemas mecânicos são mais simples e baratos, mas oferecem menos precisão no controle da temperatura.
“O controle da temperatura é manual e pode variar. Por outro lado, são mais duráveis e fáceis de reparar”, compara a arquiteta.
- Sistema por ignição elétrica ou por pilha
Paulo esclarece que ignição elétrica e por pilha não afeta significativamente o desempenho do aquecedor, mas a escolha pode depender da disponibilidade de energia elétrica no local.
“A ignição elétrica é mais comum em modelos modernos, enquanto a por pilha é útil em áreas sem sistema de eletricidade, mas requer troca periódica de pilhas”, avisa.
- Capacidade de litros
A capacidade do aquecedor deve ser selecionada com base na demanda de água quente da residência.
“Um chuveiro pode ter uma vazão entre 2 e 25 litros por minuto. A escolha deve ser feita com base na quantidade de pontos de uso simultâneos,” aconselha Paulo.
Segundo Sabrina, antes de selecionar o aparelho, o ideal é considerar os seguintes pontos:
- número de pessoas na residência: quanto mais pessoas, maior a demanda por água quente.
- hábito de consumo: se a família costuma tomar banhos longos ou usar a água quente com frequência, a demanda será maior.
- número de pontos de uso: a quantidade de chuveiros, torneiras com água quente e outros pontos de consumo influencia na capacidade necessária.
- Eficiência energética
Sabrina explica que a classificação de eficiência energética indica o quanto o aquecedor converte o gás em energia térmica.
“Quanto maior a classificação, menor o consumo de gás”, diz ela.
Segundo Alexandre, esta classificação impacta diretamente o consumo de gás.
“Modelos com classificação A consomem menos gás e resultam em economia significativa a longo prazo”, avalia.
Além disso, o professor da Universidade Cruzeiro do Sul afirma que a potência do aquecedor deve ser adequada à necessidade específica de água quente.
“Maior potência indica maior capacidade de aquecimento, mas o consumo de gás também depende da eficiência do aparelho e do uso,” explica.
Desta forma, Sabrina conclui que a escolha de um modelo com alta eficiência energética é importante para reduzir custos com gás e contribuir para a sustentabilidade.
- Dispositivos de segurança
A segurança é uma preocupação vital. Os profissionais afirmam que o aparelho deve conter dispositivos para garantir um funcionamento seguro, tais como:
- sensor de chama: desliga o aparelho se a chama se apagar.
- válvula de segurança: corta o gás em caso de falhas.
- sistema de exaustão: garante a correta ventilação, evitando o acúmulo de gases nocivos.
- termostato de segurança: desliga o aparelho se a água atingir temperaturas muito altas.
- sensor de gás de CO²: para evitar vazamentos e possíveis intoxicações
- Tamanho
Segundo Sabrina, não existe uma relação direta entre o tamanho do aquecedor e a metragem do local.
“Seu tamanho depende da sua capacidade e potência, e não da área a ser aquecida”, explica.
Para Paulo, o tamanho do aquecedor deve ser escolhido segundo as especificações do fabricante e as recomendações para a instalação em local ventilado.
“As dimensões do aparelho devem ser observadas nas orientações técnicas contidas no manual de instalação”, orienta ele.
Além disso, é importante optar por serviço especializado para sua instalação e manutenção.
Você está mais preparado para escolher seu aquecedor de água a gás?
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Fonte: Casa e Jardim