Picadas pelo corpo, coceiras e zumbidos durante à noite: essas são algumas das características do pernilongo, também chamado muriçoca. O fato é que, no geral, mosquitos em casa causam incômodos, além de existirem aqueles que são vetores para doenças, como o Aedes aegypti.
Um estudo realizado por pesquisadores da Fiocruz Bahia em um parque urbano em Salvador coletou 11.914 mosquitos pertencentes a, pelo menos, sete espécies. Segundo os pesquisadores, 92,6% dos insetos eram da espécie Culex quinquefasciatus – o pernilongo –, enquanto entre 0,1% e 1,4% representou o Aedes aegypti e o Aedes albopictus, respectivamente.
No artigo, cientistas alertaram sobre a necessidade de investigações para entender o risco de transmissão de arbovírus nesse tipo de espaço estudado, já que é um ponto de encontro entre mosquitos e humanos.
Aliás, conforme o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, o Brasil apresenta 1,4 milhão de casos prováveis de dengue. Comparado com 2021, houve um aumento 172,4% quadros da doença em 2022 entre 2 de janeiro até 5 de dezembro.
Épocas de calor e chuvas são propícias para mais focos de água parada, influenciando no fator reprodutivo desses insetos. “Os mosquitos têm uma área de presença de até 100 m. Isso quer dizer que o inseto que está atacando foi criado na casa que está ou em residências vizinhas”, diz o biomédico Roberto Figueiredo, também conhecido como Dr. Bactéria.
Por isso, é possível se preparar para afastá-los do lar com dicas e atitudes básicas.
1. AFASTANDO MOSQUITOS DOS JARDINS
Existem plantas que podem ser cultivadas em jardins não só para ornamentar o local, mas também como estratégia para repelir mosquitos. Sálvia, alecrim, coentro, losna e tagetes são citados como opções pelo farmacêutico naturopata Jamar Tejada.
“O crisântemo da espécie Chrysanthemum cinerariaefolium contém piretrina, composto que possui um perfume forte e é bastante agradável para os humanos, mas incomodam esses insetos”, sugere.
Aromas cítricos não são nada apreciados por mosquitos, tanto que uma planta repelente famosa é a citronela. Alfazema, manjericão, arruda e boldo são alternativas, segundo a alergista e imunologista Brianna Nicolletti.
2. USE TELAS E VENTILADORES
Se tem algo que causa irritação é o barulho do pernilongo no quarto durante à noite. Com algumas medidas, é possível limitar a quantidade desses insetos nos mais variados cômodos da casa.
As telas de proteção, por exemplo, são itens indispensáveis. Além disso, vale usar mosquiteiros como barreiras. Segundo o Dr. Bactéria, ventiladores também podem ser bem estratégicos. “Qualquer item que movimente o ar deixará os mosquitos perdidos sobre a fonte de CO₂, e dificulta o voo”, ressalta.
Ainda, para fazer esse controle em casa, ele destaca a possibilidade de customizar aparelhos repelentes ao adicionar um pedaço de casca de laranja, mexerica ou limão no objeto para que ele sirva apenas de molde. “Quando esquentar, liberará o odor cítrico”, destaca.
Já Brianna lembra que janelas e portas podem ser fechadas no final do dia, além da opção de usar, com cuidado, incensos de velas.
3. COMO AFASTAR MOSQUITOS DO CORPO?
Conforme um estudo publicado na Cell, existem pessoas que são mais atraentes para os mosquitos do que outras por conta da diferença no odor do corpo. Ainda, pesquisadores destacaram que as mais “chamativas” para os insetos possuem altos níveis de ácidos carboxílicos na pele.
Talvez isso possa fazer com que muitos recorram a repelentes industrializados até mesmo na hora de dormir. Mas isso não é algo eficiente nem muito saudável. “Quando o produto é passado, ele dá uma segurança de cerca de 4 cm do local, por isso que teria que ser aplicado sobre a roupa, nunca por baixo. Mas, qualquer movimento na cama, esse repelente será retirado, então sua ação não funcionará”, explica o Dr. Bactéria.
Então, é importante ter isso em mente até mesmo para repelentes mais naturais. Aliás, nos casos de uma aplicação esporádica desse tipo de produto durante o dia, Brianna fala sobre não passar perto dos olhos, da boca ou do nariz e lavar as mãos após a aplicação para evitar irritações.
Usar desodorantes, por exemplo, que mascarem o odor da pele, pode ser uma ajuda. Mas caso a pessoa esteja utilizando um repelente, Jamar lembra para não misturá-lo com perfumes, pois o efeito pode ser contrário.
As sugestões de plantas repelentes e barreiras físicas são estratégias mais eficientes para afastar mosquitos de casa e, consequentemente, da pele.
4. NÃO UTILIZE INSETICIDAS!
Existem diversas opções de aparelhos elétricos ou sprays com inseticidas para afastar mosquitos, mas isso faz mal à saúde do morador. “Essa substância é tóxica e pode ser gatilho para asma e rinite, atacar as áreas respiratórias de crianças e idosos. Então, não indico”, diz o Dr. Bactéria.
5. CUIDADO COM ÁGUA PARADA!
Esse é um ponto que precisa de muita atenção, já que a água parada é propícia para a reprodução de mosquitos. Em jardins, é preciso ter cuidado com os vasos e entulhos. Além disso, vale tomar cuidado com a água de piscinas.
Algo destacado por Jamar é a importância de lavar os recipientes com água e sabão, mesmo após secá-los. Todo esse cuidado deve ser feito independente do estado do líquido, esteja limpo, esteja sujo.
O Dr. Bactéria ressalta que o Culex se adapta a águas contaminadas, enquanto o Aedes possui uma preferência por áreas limpas. “Os ovos depositados pelo mosquito-da-dengue podem ficar até 420 dias esperando a eclosão na água”, explica.
Agora você está preparado para uma casa livre de mosquitos?
Fonte: Casa e Jardim
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