Artigo | Governança Corporativa

Práticas e princípios servem para contribuir com a longevidade da organização.

Por Paulo Obenaus | Fundador e diretor da Proma

Em participação no curso sobre “Governança Corporativa em Empresas Familiares”, realizado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), tive a oportunidade de aprofundar os meus conhecimentos em questões vitais para assegurar a longevidade ou, até mesmo, a perpetuação da Proma Incorporações. Dos diferentes temas abordados, destaco dois que são muito importantes, principalmente na fase em que a empresa se encontra.

Paulo Obenaus

O primeiro é a “Sucessão da Gestão e do Patrimônio”. Sucessão é, muitas vezes, um tema de abordagem sensível para alguns, mas extremamente necessário, tendo em vista que as pessoas passam pelas empresas e estas são mais longevas – desde que bem administradas. Os fundadores, com sua forte característica empreendedora – e de empreendedores –, nem sempre têm a percepção e as habilidades necessárias para tratar da sucessão da gestão com novas gerações, sejam elas familiares ou não.

Nesse sentido, um plano de sucessão de médio ou longo prazo pode ajudar – e muito – nesse momento de preparação dos sucessores, bem como auxiliar o sucedido a criar um planejamento de vida que contemple um leque maior e diversificado de atividades – reduzir a carga horária no trabalho para se dedicar ao voluntariado, às viagens, aos exercícios lúdicos e reservar um tempo para os cuidados com a saúde, por exemplo, passa a ser fundamental.

O segundo tema de destaque no curso do IBGC e que foi aprofundado internamente na Proma está focado nos conselhos consultivos ou de administração. Conselhos – ou simplesmente um grupo de gestão com a participação de uma ou duas pessoas experientes no assunto e sem qualquer vínculo anterior com a empresa – podem contribuir significativamente com a visão externa, ou seja, o “olhar de fora”, sem os paradigmas e as limitações de quem vive o dia a dia da empresa.

Desse modo, as reuniões, geralmente mensais, servem para analisar os indicadores financeiros, as vendas, a produção, entre outros assuntos de relevância para o mercado de atuação, trazendo bons resultados para o acompanhamento e a cobrança dos resultados da gestão. Por analogia, pode-se dizer que é um olhar no “retrovisor” para avaliar o que aconteceu nos últimos 30 dias e a, partir daí, orientar os rumos.

Outra atividade fundamental desse grupo é definir a estratégia da empresa. Mais uma vez, por analogia, é necessário olhar pelo “para-brisa” para exercitar o futuro em diferentes dimensões do mercado. Riscos, oportunidades, novos produtos, diferentes negócios – tudo precisa fazer parte do planejamento de ações.

Para finalizar, é importante destacar que, antes do curso, a governança corporativa parecia, somente, um item a mais para ser incorporado na pesada agenda de trabalho. Hoje, é uma atividade mandatória, indispensável e estimulante, principalmente pela sua natureza desafiadora de tratar com o futuro. Por isso, recomendo a avaliação e a implantação das boas práticas da governança corporativa, independentemente da dimensão da empresa – não se pode negligenciar o futuro das organizações, pois delas dependem muitas pessoas, entidades e instituições da nossa comunidade.


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