Coluna escrita pela arquiteta Nicole Gomes
Sei que é difícil de imaginar, mas a cozinha já foi considerada uma área de serviço, pouco atrativa. Historicamente falando, durante o período colonial no Brasil, elas ficavam afastadas das áreas sociais e íntimas. Se, fisicamente, as cozinhas estavam em segundo plano, imagine a parte luminotécnica!
Com o passar dos anos e do grande BOOM tecnológico, esses espaços começaram a ganhar vez na realização do projeto, cada vez mais integrados. Nesta época, o espaço já não estava mais sendo construído apenas para realizar refeições diárias, mas, também, para promover momentos de interação com membros da família e amigos.
Mas, o que a iluminação tem a ver com isso? TUDO! É através da luz que conseguimos deixar o ambiente mais aconchegante e visualmente integrado. Para fazer isso, a primeira atitude é elaborar um conceito que será o ponto de partida. Não estou falando somente sobre a cor da luz, mas também do estilo de luminárias. Afinal, a iluminação também é responsável por dar aquele ar contínuo e sem quebras ao ambiente.
DICAS IMPORTANTES PARA VOCÊ ILUMINAR E DESTACAR OS PONTOS FORTES DA SUA COZINHA:
LUZ CENTRAL
Se a luz central fica atrás de você, ela gera sombra na bancada de trabalho. Por isso, sempre indico colocar uma iluminação de apoio na bancada. A luminosidade na marcenaria ou no teto, direcionada para a bancada, é um circuito essencial para dar suporte a essa área de trabalho.
Você pode aplicar essa solução de várias formas. A mais comum é usando perfil de LED. Ele traz um efeito de linearidade, que ilumina a banca e destaca o revestimento. Essa opção pode ser embutida na marcenaria ou sobreposta, caso você já tenha tudo pronto.
A segunda forma é uma luminária de clip. Ela possui uma garra que permite fixá-la e direcionar o foco de luz para onde quiser. Outra opção é usar uma peça embutida ou de sobrepor no teto para direcionar a luz para o espaço.
TEMPERATURA DA COR
O tempo passou, mas alguns mitos ainda permaneceram. Você já ouviu falar que cozinha precisa de tonalidade fria? Será que realmente precisa? Responda-me algumas perguntas: a pessoa que mora ali é cozinheira ou trabalha vendendo bolos para fora? Seu local de trabalho é aquele ambiente? Se a resposta for não, a tonalidade não precisa ser fria.
Temperatura de cor está ligada à percepção do ambiente e das sensações. A luz quente (amarela) traz um ar de acolhimento e aconchego, já a fria (branca) promove um ar mais gélido, instigando o nosso corpo a ter mais foco e atenção.
Qual sensação você quer para a sua cozinha? Meu conselho é sempre usar a mesma tonalidade de cor em todos os ambientes da casa, sendo os cômodos integrados ou não. Dessa forma, é possível promover mais unidade ao projeto. Caso você tenha demanda de uma luz neutra para trabalho, faça um circuito separado.
Sei que parece ser difícil, mas entender o conceito e as necessidades de cada cliente, leva a soluções totalmente fora dos padrões. Além de eliminar as tradicionais placas de LED, você começa a se perguntar onde e como a luz auxiliaria no dia a dia. Para a iluminação geral, por exemplo, você pode colocar trilho embutido, spots de sobrepor ou perfil de LED linear. As possibilidades não param por aí!
PENDENTES
Após todas essas dicas, você deve estar se perguntando: mas e o pendente? Bom, ele pode ou não existir na sua cozinha. Com o passar dos anos, os pendentes foram substituídos por pequenas luminárias.
Caso deseje incluí-lo no projeto, minha dica é ficar atento as dimensões do pendente: 1/3 da proporção da mesa. A altura da instalação também é essencial para a harmonia, sendo aconselhado uma distância de 70 a 90 cm da superfície a ser iluminada. A luminária não precisa necessariamente ter a mesma forma que a mesa. Se essa for retangular, use um pendente redondo, por exemplo.
Essas dicas com certeza deixarão a sua cozinha ainda mais iluminada e aconchegante. Gostou?
Fonte: Casa e Jardim
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