Especializada em gerontologia – modalidade que pesquisa os fenômenos relacionados ao envelhecimento humano –, a arquiteta e consultora Flavia Ranieri planejou, em um espaço de 45 m², um Estúdio da Longevidade. A profissional reuniu soluções de projeto, equipamentos, tecnologias, materiais e móveis específicos para facilitar a rotina de quem chega à sexta década de vida pensando em como se preparar para as seguintes.
Toda a parte funcional fica reunida numa parede-armário, detalhada minuciosamente. Seus puxadores, por exemplo, são horizontais e reforçados, assim valem como barras de apoio. Em vários pontos, as portas exibem adesivos (etiquetas) com dizeres específicos que auxiliam na sinalização – ideais para quem esquece onde ficam guardadas as coisas.
Vale dizer: não são recursos voltados a quem apresenta necessidades especiais de acessibilidade e locomoção, embora alguns itens possam servir também nesses casos. Chamando a atenção para o fato de que no Brasil a dita “terceira idade” começa aos 60, enquanto em outros países, por exemplo, essa fase tem início aos 65, a profissional destaca ainda outro aspecto: “Parece que muitas pessoas mais velhas têm procurado morar em lugares compactos, em busca de praticidade e pouca manutenção”. Daí a proposta imaginada por Flavia reunir sala, cozinha, quarto, lavanderia e banheiro em metragem tão enxuta.
Confira os aspectos que fazem a diferença nesse contexto e veja como adaptá-los para a sua realidade.
SALA E COZINHA: INTEGRADAS E COM AS BOAS IDEIAS À MOSTRA
1. Sobe e desce
Inimigo da segurança, o banquinho – nada de subir para apanhar algo no alto! – é dispensado com estas prateleiras motorizadas (que se elevam e abaixam suavemente).
2. Sem queimar
Foi escolhido um cooktop de indução, que gera calor apenas nos trechos em contato com as panelas. Ele também tem desligamento automático.
3. Trilha de luz
À noite, ir ao banheiro ou à cozinha é simples: sensores de movimento acendem os balizadores sob o guarda-roupa, formando um caminho luminoso sem ofuscar.
4. Fácil de apanhar
As louças e os utensílios do dia a dia ficam reunidos e expostos em prateleiras acima da pia (livres de portas), simplificando o acesso e o manuseio.
5. Bancada baixa
Seguindo a norma NBR 9050, o tampo fica a 85 cm de altura (e sem armários embaixo). Assim, cabe uma banqueta na hora de lavar a louça e até uma cadeira de rodas, se necessário.
6. Móveis adequados
Todos são baixos e dotados de cantos arredondados. O estofamento dos assentos deve ser extra-firme, facilitando o levantar; as cadeiras pedem braços pela mesma razão.
QUARTO E BANHEIRO: FOCO EM MOBILIDADE E SEGURANÇA
1. Apoio forte
Barras na horizontal e na vertical contribuem para uma movimentação segura no espaço. Em nome de um visual elegante, a arquiteta elegeu modelos pretos.
2. Versátil
Do tipo suspenso, o vaso sanitário ganhou fixação elevada, dispensando o assento especial. A descarga (dotada de sensor de movimento) aciona automaticamente após o uso.
3. Para sentar
Um banquinho compacto e articulado (pode ser fechado). Serve ainda para apoiar o pé na hora de lavá-lo, por exemplo.
4. Praticidade
As gavetas levam alças, não puxadores – são mais fáceis de acionar por quem tem artrite ou artrose. Elas têm ferragens para abrir até o fundo.
5. Boxe múltiplo
Com uma porta de correr e outra rebatível, ele permite várias configurações (como o acesso com cadeira de rodas e a inclusão do vaso na área molhada).
6. Um só nível
Não há diferenças entre os pisos. Além disso, o trilho da porta de correr fica embutido e o ralo linear, ao fundo, também. A cerâmica da área molhada é antiderrapante.
Ideias incríveis e que podem ser colocadas em prática por você!
Fonte: Arquitetura e Construção
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