O sedentarismo pode ser tão mortal quando o tabagismo, de acordo com um estudo publicado em agosto no periódico The Lancet. Pesquisadores americanos e finlandeses concluíram que cerca de uma em cada 10 mortes no mundo são causadas pela falta de atividade física. Em 2008 – o ano analisado pela pesquisa –, cerca de 5,3 milhões de pessoas morreram em casos relacionados ao sedentarismo.
A equipe, coordenada por I-Min Lee, professor de epidemiologia da Universidade de Harvard, nos EUA, considerou sedentarismo a prática de menos de 150 minutos de atividade física moderada por semana. Eles analisaram, então, dados oficiais de 2008 para chegar a uma estimativa de quantas mortes por doenças cardíacas, por diabetes tipo 2 e por câncer de cólon e de mama poderiam ser evitadas se sedentários fossem fisicamente ativos.
Os cientistas chegaram à conclusão de que o sedentarismo é responsável por 10% dos casos de câncer de mama e de cólon, 7% de diabetes tipo 2 e 6% dos casos de doença cardíaca coronariana. A soma mostra que até 5,3 milhões de mortes – entre as 57 milhões registradas em 2008 – estão ligadas à inatividade física. O cigarro, por sua vez, é responsável por cerca de 5 milhões de óbitos todos os anos no mundo.
De acordo com a pesquisa, a expectativa de vida da população mundial aumentaria em 0,7 anos caso o sedentarismo fosse completamente eliminado – a taxa é comparável à estabelecida para o fim do tabagismo e da obesidade. Como a eliminação completa da inatividade é praticamente impossível, eles estimaram que, se o sedentarismo caísse 10%, 533 mil mortes poderiam ser evitadas. Se caísse 25%, seriam evitados 1,3 milhão de óbitos.
Fonte: Revista Época