Cansado de estantes caretas? Ouse!

Quem disse que estante precisa, necessariamente, ser aquele móvel pesadão, geralmente de metal ou madeira, com prateleiras simétricas e em ângulos retos, que só servem para guardar objetos como livros, CDs ou esculturas? Já faz tempo que elas deixaram de ser um mero depósito e se tornaram itens importantes da decoração de um ambiente. Aliás, não são poucas as peças que podem ser consideradas verdadeiras obras de arte.

Hoje já é possível encontrar, mesmo em grandes lojas, modelos que fogem do padrão e apresentem prateleiras desalinhadas e desenhos mais ousados. Como o modelo Treme-Treme, concebido pelo coletivo Triptyque, que simula uma ilusão de ótica. Ou a peça amarelo-ovo, do designer Sérgio Matos. Mas, atenção: um modelo assim, em cores mais chamativas, deve combinar com o estilo do entorno. “Recomendo usar peças mais coloridas em ambientes mais descontraídos. Eu colocaria em um lugar mais íntimo, como no quarto”, afirma a arquiteta Dani Barella, do escritório paulistano BP Arquitetura + Design.

Dani é uma das defensoras de um uso mais criativo das estantes. Segundo ela, um móvel assim, geralmente de grandes proporções, serve não só para guardar objetos, mas também para dividir ambientes. “Se você tem uma sala grande ela setoriza o uso do cômodo”, diz a arquiteta. Para isso, estantes com prateleiras vazadas funcionam bem porque não isolam totalmente uma parte da outra. Móveis com nichos fechados funcionam melhor como barreira acústica e visual.

Além de organizar o espaço, a estante cumpre uma função estética. E isso não deve ser desprezado. Segundo o arquiteto Marcos Marcelino, do escritório Roberta e Marcos Arquitetura e Design, também de São Paulo, a linha que separa o design de móveis da arte é, muitas vezes, tênue. “O designer tem esse trânsito do objeto-arte. O bom é que, neste caso, o móvel cumpre as duas funções”.

Marcelino defende que a escolha do tamanho e do modelo do móvel deve se pautar pelas necessidades da pessoa: “Quanto maior a estante, mais bacana. Mas, ninguém faz uma peça enorme se não tem intenção de colocar nada. Geralmente é uma pessoa que tem muitos livros, muitas coisas”.

Em compensação, quem não tem uma biblioteca extensa pode optar por um modelo mais lúdico, afirma o arquiteto: “Existem estantes modulares que você mesmo monta e decide o tamanho, de acordo com o que precisa e com o que sua casa é capaz de comportar. Pode ser mais vertical ou horizontal. Tem até modelos que se encaixam debaixo de bancos ou do sofá, para ganhar espaço”.

Fonte: Terra


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