Pensar demais queima calorias?

Você já deve ter experimentado a sensação de ficar exausto depois de passar por uma situação mentalmente estressante. Uma prova muito difícil, uma fase particularmente desafiadora no videogame ou até mesmo o sudoku mais difícil do mundo. Não há dúvida que dá pra se cansar sem se levantar do sofá.

Cientistas do Centro Nacional de Informação da Biotecnologia dos EUA resolveram estudar o tema, partindo da seguinte pergunta: será que esse esforço de concentração queima mais calorias que o de costume? Será que um exercício mental pode, no fundo, representar também um exercício físico?

O teste desenvolvido pela equipe funcionou assim: 14 garotas canadenses foram submetidas a diferentes testes cognitivos e de memória por 45 minutos. Como elas estavam em jejum, foi possível analisar como o organismo delas consumiu energia durante o experimento. As 14 estudantes consumiram, em média, 200 calorias a mais que as participantes que ficaram relaxadas, apenas olhando o exercício. O nível de glicose no sangue também variou muito mais no corpo daquelas que tinham que parar e pensar como resolver as questões.

Embora o cérebro de um adulto pese 1,4 quilos – apenas 2% do peso total do corpo – ele demanda 20% da nossa Taxa Metabólica de Repouso (RMR, na sigla em inglês), a quantidade total de energia que o nosso corpo gasta durante um dia preguiçoso e sem muito esforço.

Apesar dos indícios, os pesquisadores ainda estão céticos e não cravam que a concentração, digamos, emagrece. A hipótese levantada é que a fome sentida após os testes é mero fruto do stress causado pela concentração, especialmente quando ela é empregada em uma atividade maçante e obrigatória. Como todos nós sabemos, comer dá uma sensação agradável que pode aliviar as mais diferentes situações de mal-estar.

O coordenador da pesquisa definiu de maneira pouco lisonjeira o que pensa de nosso querido órgão após realizar o estudo: ele diz que o cérebro “é um vagabundo preguiçoso”, que simplesmente “não gosta de trabalhar tão duro por tanto tempo”.

Fonte: Revista Galileu – Via Gizmodo | Crédito da fotografia.


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