Qual é a importância dos institutos ou grupos internos de gestão de apoio social e financeiro ligados às empresas?

Para Caio Mandolesi, diretor da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial em Santa Catarina (Aberje/SC), transformar vidas traz satisfação e orgulho

Estimular o desenvolvimento humano e socioeconômico, promover a inclusão social, desenvolver ações para contribuir com a expansão de comunidades mais fortes e desenvolvidas, instigar atitudes socialmente responsáveis, bem como orientar e fortalecer as entidades para que se tornem financeiramente sustentáveis – são nessas premissas que as empresas criam e mantém os institutos ou os grupos internos de gestão de apoio social e financeiro. O jornalista com especialização em Marketing, Caio Mandolesi – que possui 20 anos de experiência em comunicação empresarial e, atualmente, é chefe da Comunicação Institucional da WEG –, explica a importância dessas iniciativas.

Caio_Mandolesi

Proma: Para as empresas, qual é a importância dos institutos ou dos grupos internos de gestão de apoio social e/ou financeiro de projetos da comunidade?

Caio Mandolesi: As empresas precisam de mecanismos que garantam a gestão profissional de sua participação comunitária, a qual deve ser centrada em políticas e diretrizes claras. Os grupos internos ou os institutos precisam zelar pela criação, aplicação e avaliação constante dessas políticas e diretrizes, discutir a validade delas e medir seu impacto na sociedade.

Proma: Como especialista em comunicação empresarial, de que maneira essas iniciativas refletem a visão e a missão da instituição?

Caio Mandolesi: A participação na comunidade pode ser uma das partes mais visíveis e concretas da visão e da missão de uma empresa. É claro que, para isso, elas precisam estar muito bem alinhadas – o restante vem quase como consequência natural. Basta investir nos projetos certos, avaliando mais o impacto social do que o impacto de imagem.

Proma: Como as empresas, em sua maioria, se sentem contribuindo com a sociedade por meio de institutos ou grupos de gestão de apoio – sejam de ações educativas, sociais, sustentáveis, entre outras?

Caio Mandolesi: Quando se respeita a ordem certa dos fatores a serem avaliados – primeiro o impacto social, depois, se possível, o impacto na marca – a empresa passa a ser não só parceira dos projetos, mas entusiasta. As vitórias das pessoas atingidas pelo projeto passam a ser as vitórias da empresa. Ajudar a transformar vidas para melhor só pode trazer satisfação e orgulho.

Proma: A WEG ainda não possui um instituto, mas, na prática, a contribuição com os projetos que visam o desenvolvimento humano e socioeconômico acontece por meio de políticas de apoio e processos bem definidos. De que forma os projetos que beneficiam a sociedade são avaliados e aprovados?

Caio Mandolesi: Percorremos um longo caminho até chegar ao estágio atual e isso não pode ser esquecido. Hoje, temos um grupo interno bastante forte, com representantes de diversas áreas da empresa, como assistência social, meio ambiente, comunicação e recursos humanos. Além disso, em cada cidade onde a WEG possui um parque fabril há um representante do grupo, para mantermos a proximidade com os projetos. Esse grupo avalia, discute e apresenta as iniciativas para aprovação final da diretoria. Isso vale tanto para os projetos novos quanto para a renovação de apoio a projetos de continuidade.

Proma: Os institutos ou grupos de gestão de apoio demonstram como a empresa se insere na sociedade e contribuem para a expansão de comunidades mais desenvolvidas e sustentáveis. Como acontece o gerenciamento de ações e a avaliação permanente da continuidade dos projetos?

Caio Mandolesi: A gestão profissional da participação da empresa deve se estender aos proponentes de projetos. Estamos em constante contato com todos, seja avaliando relatórios, assistindo às apresentações ou em visitas. São mais de 70 projetos, por isso é um trabalho constante, mas extremamente prazeroso. Ir até o teatro para assistir a um concerto ou a um jogo de basquete de crianças de 13 anos passa a fazer parte do expediente.

Proma: De que forma a WEG auxilia as instituições a se sustentarem financeiramente e como a empresa contribui para que elas se beneficiem das leis de incentivo?

Caio Mandolesi: Em todo o país, temos uma rede de parceiros e entidades muito grande. Usamos essa rede a nosso favor, trocando informações e conhecimentos que ajudam na organização e na capacitação das entidades para que elas estejam aptas a buscar recursos. Nosso objetivo é muito transparente: não criar dependência de uma única fonte de renda. Uma entidade não pode ser diferente de uma empresa. É preciso organização e método de trabalho e, acima de tudo, é necessário ser financeiramente sustentável.


Deixe um comentário