Cada vez mais, a sustentabilidade é colocada em evidência – seja na nossa rotina ou nas nossas ações a longo prazo. Como parte integrante da vida em sociedade, a arquitetura tem o dever de contribuir com a preservação ambiental e com a garantia da qualidade de vida para os dias atuais e também para as gerações futuras.
Mas, você sabe o que caracteriza uma arquitetura sustentável? A arquiteta Patrícia O’Reilly, do Atelier O’Reilly, esclarece as principais dúvidas sobre o assunto.
1. O que é construção sustentável?
Arquiteta Patrícia O’Reilly: É um sistema de construção que promove mudanças conscientes no entorno, de forma a satisfazer as necessidades de habitação e uso de espaços pela comunidade contemporânea, preservando os recursos naturais e garantindo qualidade de vida para as gerações atuais e futuras.
2. Quais são as características básicas desse tipo de construção?
Arquiteta Patrícia O’Reilly: São diversas: gestão sustentável da execução da obra; mínimo consumo de energia e água desde a construção; uso de matérias-primas ecoeficientes; baixo desperdício e poluição ao longo da vida útil; mínima ocupação do terreno; adaptação às necessidades atuais e futuras dos usuários; criação de um ambiente interno saudável, livre de compostos orgânicos voláteis; e promoção de saúde e bem-estar dos moradores.
3. Como fazer uma construção sustentável?
Arquiteta Patrícia O’Reilly: Há dez etapas principais. São elas:
1. Estudo do clima local
2. Aproveitamento passivo dos recursos naturais (desenho bioclimático)
3. Eficiência energética
4. Gestão e economia de água
5. Gestão de resíduos
6. Qualidade interna do ar
7. Conforto termoacústico
8. Uso racional de materiais
9. Utilização de produtos e tecnologias ambientalmente amigáveis
10. Reciclagem de resíduos de construção e demolição, fechando o ciclo dos materiais.
4. Quais erros podem ser evitados?
Arquiteta Patrícia O’Reilly: Não existem erros, o que há é falta de informação. A construção sustentável precisa ser planejada a fim de se traçar a estratégia correta. O edifício deve ser posicionado de forma a receber a melhor insolação possível. Essa técnica está relacionada ao desenho bioclimático e garante desempenho energético e conforto térmico. As estratégias ativas que consomem energia devem ser aplicadas apenas para corrigir o que o desenho bioclimático não consegue atingir.
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Fonte: Arquitetura e Construção