O colchão é um dos itens de casa mais amados e desfrutados no dia a dia, mas, ao mesmo tempo, é um dos menos considerados na hora da limpeza e dos cuidados do lar.
Por baixo dos lençóis, um dos problemas mais comuns é o aparecimento de mofo – mesmo que você jamais o tenha molhado na vida.
O mofo, também conhecido como Aspergillus fumigatus, pode trazer uma série de riscos à saúde, especialmente ao sistema respiratório, podendo ocasionar:
- alergias.
- micose broncopulmonar alérgica.
- infecções.
Por que surge mofo nos colchões?
O mofo é comumente associado a deixar elementos do lar molhados, criando um acúmulo de água que, com o tempo, permite a proliferação do fungo. Mas, na verdade, pode ir muito além.
Segundo Lucas Gaiola, engenheiro químico, o fungo, geralmente, é causado pelo excesso de umidade e falta de ventilação.
“O acúmulo de suor e líquidos derramados também pode favorecer o seu crescimento. Um dos primeiros sinais de mofo é um cheiro forte e manchas escuras, verdes ou pretas na superfície do colchão que, se não forem limpas corretamente, podem se espalhar”, explica.
Ainda, segundo Gaiola, um colchão que permanece úmido por longos períodos pode sofrer danos em sua estrutura interna, como a degradação de espumas e outros materiais.
“Um colchão que respira melhor tende a ser mais confortável, pois regula a temperatura durante o sono e proporciona um ambiente mais agradável”, pontua o especialista.
Ademais, o mofo também consegue se favorecer de ambientes sem a entrada de luz solar, como os dormitórios.
“Outro sinal ao qual devemos nos atentar é o excesso de doenças respiratórias, que podem ser decorrentes da inalação do mofo”, pontua Gracielle Pacheco, diretora-executiva da Total Clean.
Apenas mofo surge nos colchões?
Engana-se quem pensa que o colchão é livre dos perigos do dia a dia: um colchão pode conter mais de 10 milhões de bactérias e ácaros, que procuram ambientes quentes para se proliferar.
Isso é comprovado também pelo estudo realizado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que, após coletar pó em residências, encontrou duas espécies de ácaros em 88% das amostras colhidas em colchões.
Também podemos encontrar bactérias como a Staphylococcus sp, comum na pele e nas mucosas humanas, e E coli, que pode ser transferida ao colchão em casos de higiene inadequada.
“A presença dessa grande variedade de bactérias nos colchões se deve a sua exposição contínua a suor, células mortas da pele, derramamento de líquidos e outros contaminantes”, atribuiu o engenheiro.
Como evitar o mofo?
Para Gracielle, o primeiro passo para evitar a proliferação do mofo é adotar práticas para deixar o espaço mais arejado e, assim, melhorar a ventilação.
“Uma possibilidade é deixar portas e janelas abertas, principalmente no período do inverno”, recomenda a profissional.
O uso de ventiladores e desumidificadores em locais onde a umidade é alta também pode ser uma boa aposta para evitar o surgimento do fungo na cama.
Gaiola ainda coloca que é recomendável usar protetores impermeáveis, mas que ainda sejam respiráveis a fim de evitar o acúmulo de umidade.
“Deve-se evitar colocar colchões diretamente no chão, pois o contato com superfícies frias e úmidas pode causar o acúmulo de umidade.
Ademais, também, deve-se procurar não colocar objetos como plásticos entre a base e o colchão, que não permitem a circulação de ar por baixo da estrutura”, pontua o engenheiro químico.
Entre os cuidados diários para acrescentar no cronograma de limpeza da casa, é recomendado aspirar regularmente a superfície do colchão, a fim de remover pó, células mortas da pele e outros detritos que podem reter umidade.
Há, também, cuidados clássicos, como manter a limpeza do colchão em dia, podendo realizá-la a cada seis meses, e trocar a roupa de cama com uma determinada periodicidade.
Como está a saúde do seu colchão?
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Fonte: Casa e Jardim