Nem precisa ter filho para conhecer a cena: a criança cresce, vira adolescente e quer mudar tudo no quarto. De repente, cola pôsteres por toda parte, quer uma colcha diferente, se livra dos bichos de pelúcia e pensa até em mudar a cor da parede. É normal que o adolescente queira deixar com a sua cara o único cômodo sobre o qual tem mais controle. Se essa é a idade em que o indivíduo começa a fazer as próprias escolhas e moldar a personalidade, nada mais lógico do que a mudança começar por lá.
O designer de interiores Roberto Negrete dá a dica: não é preciso mudar tudo, apenas os acessórios. “Nessa idade eles colam coisas na parede toda – pode ser pôsteres dos ídolos ou fotos dos amigos – não fica necessariamente bonito, mas é o que dá a sensação de pertencer a um grupo. Para adaptar o quarto a essa nova fase, é só tirar as referências infantis. Por exemplo, não dá para manter todos os bichos de pelúcia, mas aproveite os nichos para colocar livros ou porta-retratos”, recomenda.
Outro ponto que se deve ter em mente é que o ambiente deve ficar aconchegante também para os amigos deste adolescente, que vão ter uma presença cada vez mais constante na vida – e no quarto dele. Por isso é preciso criar um espaço que comporte várias pessoas sentadas, seja com cadeiras, poltronas ou até uma cama com bicama.
Se o quarto não deve ser temático, como o infantil, algumas referências e cores precisam estar presentes. “Quando o elemento infantil é retirado entram no lugar as referências atuais. Pode ser tecnologia, música ou moda”, destaca o designer. Uma das paredes pode ser eleita para receber uma cor mais forte, uma textura ou aplicação. Os móveis em geral permanecem discretos, mas a colcha, a cortina e o tapete podem ousar e trazer cor ao dormitório.
A arquiteta Silvana Lara Nogueira é uma entusiasta da filosofia “menos é mais”. Ela aposta em cores neutras e detalhes chamativos. Como em um projeto em que usou uma cadeira de acrílico rosa. “Neste projeto estava previsto colocar um papel de parede na cabeceira da cama, com um desenho, mas a menina é tão clean que não quis. Nessa idade a opinião deles conta muito. A mãe tem que respeitar e o arquiteto, também”, acredita Silvana.
Fonte: Terra