Uma grande parede de ladrilhos hidráulicos é a única coisa que se vê na fachada da casa que o arquiteto Mustafá Bucar criou em um condomínio de Goiânia. Por dentro, o mesmo minimalismo, mas com uma audácia: na sala de estar, as paredes de vidro se recolhem e o ambiente se transforma numa espécie de praça acoplada ao pátio interno em frente.

A sala fica no centro do terreno e é o coração da “praça”. Em volta dela, um vão livre com um pátio coberto e outro descoberto. Os moradores, um casal de idosos, procurava privacidade. O ambiente de lazer é ao ar livre e, ao mesmo tempo, protegido dos olhares de quem passa na rua. “A casa foi criada para ser um refúgio, gosto de propor esse mistério”, conta Bucar.

Para facilitar a circulação dos moradores, toda a construção – que tem ao todo 360 m² – tem apenas um andar. As três suítes ficam ao fundo e possuem portas-janela que se abrem para pequenos jardins íntimos, isolados dos outros ambientes. Com o objetivo de aumentar a iluminação natural, o arquiteto inclinou o teto da sala e colocou vidros na lateral. O cuidado com os detalhes valoriza a cobertura interior: é toda forrada com ripas de madeira de apenas 3 cm de largura cada, colocadas lado a lado.

A madeira cria uma espécie de continuidade entre a sala e os ambientes externos, onde o teto também é forrado. Isso reforça o efeito da “praça”. Nos outros espaços, como a sala de jantar e a cozinha, o forro é de gesso e o pé-direito é mais baixo, tem 2,60 m. Para Bucar, sua proposta contraria a lógica da maioria das casas de luxo ao priorizar espaços mais intimistas. “É um projeto mais elegante no traço do que no tamanho”, conclui.

Fonte: Terra