Brasileiros fazem casa que controla persianas e gera energia

Um grupo de engenheiros e arquitetos de seis universidades brasileiras projetou uma casa capaz de produzir mais energia do que os moradores consomem e com sistema automático de controle de temperatura e luminosidade. O projeto, chamado Eko House, ganhou notoriedade no exterior. A casa foi construída e apresentada em setembro na competição internacional Solar Decathlon Europe, na Espanha.

Construída com madeira cumaru (resistente à chuva e sol), a casa é formada por módulos que se encaixam e são facilmente montados. “A proposta é agilizar a construção e, com isso, reduzir custos”, explica o professor de arquitetura José Ripper Kós, da Universidade Federal de Santa Catarina, um dos coordenadores da iniciativa.

O teto é coberto por painéis solares que geram mais eletricidade do que o necessário para abastecer a casa. Numa comunidade em que os serviços de energia elétrica sejam precários, explica Kós, esse modelo ajudaria a suprir as necessidades da vizinhança.

Um computador central mostra aos moradores quanto estão consumindo de água e energia. O mesmo sistema, conectado a uma estação meteorológica, identifica quando a temperatura da casa está muito alta ou quando falta iluminação. Ele usa essas informações para abrir ou fechar persianas automaticamente e, com isso, controlar a quantidade de luz solar que a casa recebe.

As paredes que dividem os cômodos são móveis. É possível isolar o quarto da sala durante a noite e voltar a integrar os dois espaços durante o dia, quando mais pessoas circulam pela casa. Na varanda, painéis de bambu e alumínio se deslocam para aumentar a incidência do sol ou criar mais sombra.

Toda a água usada no chuveiro, no lavatório e na máquina de lavar roupas é reaproveitável. Ela é filtrada por plantas do tipo macrófitas (que vivem em brejos e ambientes aquáticos) e depois pode ser utilizada no jardim ou no cultivo agrícola.

* Depois da exibição no evento da Espanha, a Eko House foi desmontada. No Brasil, deverá ser erguida dentro da Universidade de São Paulo e ficará aberta à visitação.

Fonte: PRIMAPAGINA, especial para o Terra


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