Comer e fazer compras são atividades que dão prazer, mas algumas pessoas ficam “viciadas” por essas atitudes e isso pode ser um sinal de compulsão. Pessoas com comportamento compulsivo realizam essas atividades sem planejamento, com urgência e necessidade, e acabam se culpando e se arrependendo depois.
Por isso, a disciplina é fundamental no tratamento dessa patologia. Ocupar os períodos ociosos da agenda com atividades saudáveis evita com que esses tempos vazios sejam aproveitados com comportamentos impulsivos. Além disso, encontrar novos prazeres é uma alternativa para substituir as atividades que estimulam a compulsão.
Cozinhar, ir ao cinema, ouvir novas músicas, começar a frequentar a academia, estudar ou até mesmo criar um animal de estimação são algumas das opções para evitar a depressão. Ou seja, quando você retira ou diminui da sua vida um ato que te dá prazer, você precisa de algo para ocupar e substituir esse ato.
Como a impulsividade faz a pessoa perder o controle em determinado momento, ter um amigo para conversar também pode ajudar a evitar que isso aconteça. É importante, então, escolher alguém que não julgue e não dê bronca, mas que ajude a refletir sobre o problema e até interfira com atitudes simples, como diminuir o limite do cartão de crédito ou acompanhar nas idas aos supermercados, por exemplo. Caso esse amigo não possa acompanhar nos locais de “tentações”, é preciso então evitá-los para não despertar vontades e impulsos.
Segundo o psiquiatra Alexandre Azevedo, saber diferenciar a compulsão da permissão também é importante. Por exemplo, a pessoa que vai ao shopping porque precisa de um sapato e acaba comprando vários pode ser compulsiva. Mas se ela vai já sabendo que vai gastar muito dinheiro, existe um planejamento, coisa que o compulsivo não faz, ou seja, é apenas perda de controle e irresponsabilidade.
No caso da comida, o endocrinologista Alfredo Halpern explicou que a compulsão acontece quando a pessoa come por desejo, sem limites e por necessidade. Por isso, uma das dicas é, quando ir ao supermercado, não estar com fome para não acabar comprando alimentos sem necessidade.
Além disso, fazer um diário da sua alimentação no dia a dia ajuda a recordar exatamente o que você comeu. Só o fato de parar para anotar já faz a pessoa pensar e até deixar de comer. Caso isso não aconteça, ela poderá analisar no dia seguinte se o que comeu foi dentro do normal ou exagerado.
Existe também a psicoterapia individual ou em grupo como forma de tratamento. Ela é feita baseada na reeducação através de situações, gatilhos e armadilhas. Além disso, também faz com que a pessoa discuta questões relativas ao seu problema e divida experiências com outras que sofrem da mesma coisa.
Fonte: G1 – Bem Estar