Ficar em silêncio alguns minutos por dia traz benefícios à saúde

Você já ficou em silêncio hoje? Não estamos falando do ato de não falar, mas, sim, do silêncio interno, aquele que é capaz de descansar a mente, melhorar a concentração, trazer bem-estar e organizar os pensamentos. “Este exercício coloca as pessoas em contato com mudanças positivas e renovadoras, abre espaços para novos processos criativos e desacelera o organismo, que passa a funcionar melhor”, diz a fonoaudióloga e terapeuta corporal Andréa Bomfim Perdigão, de São Paulo, autora do livro Sobre o Silêncio (Pulso Editorial).

Segundo o neurocirurgião Koshiro Nishikuni, do Hospital Santa Cruz, em São Paulo, e membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), os efeitos benéficos do silenciar podem ser comprovados por meio da ressonância magnética. “Notamos que enquanto a pessoa está em silêncio, concentrada na respiração e sem pensar em nada, há um aumento do córtex cerebral, o que melhora, principalmente, as funções do hipocampo, que está diretamente envolvido com a aprendizagem, a memória e a emoção. Por outro lado, há uma diminuição dos neurônios na região da amígdala cerebral, que está relacionada à ansiedade e ao estresse”, afirma o médico.

O silêncio também é uma forma de demonstrar respeito e interesse pelo ponto de vista do próximo. “Aprendemos a nos ouvir e a ouvir o outro, além de escolher o momento certo de falar e o que falar, evitando o desperdício das palavras e valorizando gestos como um sorriso, um toque ou um olhar mais profundo”, completa a psicóloga e psicanalista Blenda de Oliveira, de São Paulo, membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP).

À procura do silêncio
Estar em um ambiente calmo e com poucos ruídos ajuda na hora de encontrar o silêncio, mas, segundo os especialistas, isso não significa que quem mora nos centros urbanos não vai alcançar a quietude interna. “Qualquer pessoa pode chegar lá e experimentar todos esses benefícios desde que sinta a necessidade de ficar em silêncio”, diz a psicóloga Blenda de Oliveira.

Para quem não está acostumado a ficar quieto, a terapeuta Andréa Perdigão sugere treinar diariamente, por dez minutos. “No início, um turbilhão de pensamentos vai passar pela sua cabeça, mas assim que eles forem se acalmando, vai experimentar a serenidade. É comum também relacionar a ausência de som à solidão e a momentos tristes, mas, se conseguir superar essa etapa sem ligar a televisão ou o rádio, vai perceber o quanto é recompensador inserir períodos silenciosos na rotina”, afirma a especialista.

Fonte: Aline Dini – UOL, em São Paulo

Crédito da fotografia.

 


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