A educação engloba a condução dos processos de ensinar e aprender. O primeiro refere-se à transmissão dos conhecimentos; o segundo associa-se à aquisição de competências, habilidades, comportamentos, valores e informações por meio de estudos, experiências, raciocínio ou observações. É dessa forma que o indivíduo se integra à sociedade.
No entanto, mais importante do que compreender esse processo, é reconhecer que as pessoas possuem maneiras diferentes de aprender e se relacionar com o espaço de aprendizagem. Nesse sentido, a Faculdade Senai de Tecnologia e Inovação de Jaraguá do Sul é pioneira na criação de uma metodologia de ensino-aprendizagem composta por três elementos inovadores: 1) estratégia de ensino desafiadora, que remete os acadêmicos às situações de aprendizagens com problemas reais das empresas e da comunidade; 2) espaços de aprendizagem mais lúdicos, colaborativos e interativos que estimulam as diferentes capacidades de formação; 3) professores capacitados para agirem como mediadores do processo de ensino-aprendizagem, respeitando as características individuais e os conhecimentos pré-existentes.
De acordo com Michael Eberle Siemeintcoski, diretor da unidade, a proposta consiste em parcerias com instituições privadas para a instalação dos espaços de aprendizagem colaborativos no Bloco F do Senai de Jaraguá do Sul. “A Proma, entre outras empresas parceiras, nos honrou com o compromisso de criar, decorar e mobiliar um espaço de aprendizagem com uma nova proposta de ensino, que tem fundamento nos estudos da ciência cognitiva e está sendo traduzida para a prática em uma educação inovadora para a nova geração de estudantes”, explica Siemeintcoski.
As salas de aula foram divididas em espaços temáticos que vão ao encontro da proposta de ensino do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai): pesquisar, ouvir, captar, prototipar, inspirar, experimentar, geometrizar, criar, expor e dialogar – é nesse último espaço que a Proma – a partir da essência do diálogo, da conversa e da troca de opiniões – elaborou um projeto dinâmico, acolhedor e que acompanha fisicamente a proposta metodológica da instituição.
Para a arquiteta Caroline Obenaus, a criação de um espaço Proma dentro desse contexto é motivo de orgulho. “Nós aceitamos esse convite desafiador do Senai porque a proposta está em sintonia com o espírito inovador que norteia as ações da nossa empresa. Ficamos felizes em fazer parte de um projeto piloto que servirá como modelo para outras unidades do Senai no Brasil”, afirma Caroline.
Espaço Proma
A arquiteta Caroline Obenaus se inspirou nos apartamentos de New York para criar a sala “dialogar”. O charme do ambiente – moderno, aconchegante e com um toque industrial – lembra a ideia dos primeiros “lofts”, que surgiram na década de 70. “Velhos galpões, por exemplo, foram reformados para servir de moradia. Chamados de lofts, esses espaços eram reconhecidos por não terem paredes dividindo os ambientes, pelos mezaninos de madeira ou ferro, além do pé-direito alto e grandes janelas”, explica Caroline.
Ainda de acordo com a arquiteta, os lofts ganharam muita atenção nesses últimos anos, mantendo como principal característica o pé-direito alto, a planta aberta – sem divisões internas e com ambientes conjugados em um só nível (às vezes, há um mezanino convertido em quarto) –, iluminação natural garantida por grandes janelas, além de tijolos e tubulações (elétrica e hidráulica) aparentes. “Considerei esse conceito para desenvolver o projeto, pois o espaço é justamente para estudantes e tem tudo haver com a missão da Proma, que é a de criar, principalmente, ambientes de moradia”, esclarece Caroline.
O ambiente, com o teto com a infraestrutura aparente, tem em uma de suas paredes tijolos de demolição e, em outra, uma pintura de um artista plástico. Já as demais paredes foram pintadas na cor grafite, com uma tinta especial, tipo “quadro-negro”, para que os estudantes possam expressar suas sugestões e ideias pelo espaço, deixando, assim, a sala ainda mais interativa.
Em relação aos móveis, o espaço conta com puffs nos tons azul, que remetem à cor da Proma. “Também criei vários espaços para os estudantes sentarem ou se organizarem em grupos para os trabalhos ou debates. Com o intuito de lembrar os mobiliários de um apartamento e ir ao encontro do que a Proma faz, a sala tem uma mesa com cadeiras, além de uma bancada e duas mesas mais altas com banquetas”, conta Caroline. Outros destaques são as cortinas, que foram feitas pelas acadêmicas do curso de Moda do Senai, o retroprojetor que está dentro de uma moldura dourada, as máquinas de bebidas e os snacks, para que os estudantes tenham à disposição os lanches na própria sala – podendo, inclusive, pagar sozinhos por meio de uma máquina de cartão.
Para a arquiteta, o projeto do Senai proporcionará aos estudantes espaços de aprendizagem aconchegantes, inovadores e que incitam a criatividade. “Estamos muito lisonjeados. Acreditamos na ideia, não medimos esforços para torná-la realidade e torcemos muito para que seja levada adiante”, ressalta Caroline.
Obra de arte
Um dos destaques principais da sala “dialogar” da Proma está na parede pintada e desenhada pelo artista plástico Alexandre Meldau, em que o plano de fundo com os empreendimentos executados pela Proma foi elaborado pela professora e coordenadora do curso de Moda do Senai, Renata Vavolizza. “A ideia é mostrar o diálogo interdisciplinar e o ambiente com referências do conhecimento e do saber. Dois personagens interagem dentro do conceito “dialogar” – a mulher da direita representa as Ciências Biológicas, as Ciências Exatas e a natureza. Já o rapaz da esquerda faz referência às Ciências Humanas”, finaliza Meldau.
Fotos: Chan